sábado, 20 de fevereiro de 2010

O que falta na verdade não é emprego,é vontade de trabalhar!

Sei que muitas pessoas a princípio vão achar isto absurdo mas assim que eu contar a história que ocorreu vão entender minha indignação.
Há uns 6 meses atrás uma pessoa me pediu uma oportunidade na empresa que trabalho,na época eu não tinha a palavra final da contratação mas falei com meu chefe sobre o currículo desta pessoa que era muito bom por sinal e ele falou que assim que surgisse uma vaga o chamaria para a entrevista.
O tempo passou,e todo final de semana esta pessoa me ligava para saber se eu tinha alguma notícia boa para ele,no caso quando a entrevista ia sair,passou um bom tempo sem que nenhuma vaga surgisse mas eu sempre falando nele para meu chefe.
Depois de meses a tão esperada vaga surgiu,desta vez eu podia admitir e demitir quem quisesse tinha sido promovida,eram 4 vagas mas só achei duas pessoas de imediato para preencher a vaga e um deles foi ele,pelo currículo e por tanta vontade de trabalhar que ele tinha.
Fiz um treinamento durante uma semana para os dois escolhidos,falei tudo da empresa,e perguntei várias vezes se eles se adaptariam para fazer vendas externas pois os currículos eram ótimos mas ambos internos.Os dois falaram de imediato que sim,que não tinha problema e que precisavam trabalhar.
O salário da empresa é muito bom para vendedores externos e eles ainda tem uma ajuda de custo e comissão sobre as vendas,eles estavam super empolgados.
Depois de uma semana de treinamento na semana seguinte fomos a campo,fui a vários clientes para mostrar abordagem,acompanhar passo a passo deles,tirar dúvidas ,ajudar,fazer roteiro,enfim...
Depois de três dias o que ficou atrás de mim me ligando todo sábado durante meses pediu demissão,sabe porquê?Porque tinha vergonha de entrar na loja e abordar o dono da loja para perguntar sobre nossa empresa,coisa simples mas para quem acha humilhante isto,foi demais!
Porque não queria depois de passar o dia inteiro abordando fazer relatório de visitas,para ele era mais estressante ainda.
Eu calmamente falei:você sabe o que é melhor para você,mas eu não acho humilhante vender e sim roubar,tudo que conquistei foi vendendo e amo o que faço então se você não se identificou fez até bem você me fizer porque de fato você não iria bater moto e eu teria que demitir você.
Fazer relatórios é norma da empresa,eu fazer monitoramento também se você não aceita isto então melhor coisa que você fez foi pedir demissão mesmo.
Agradeci por ele ter sido sincero,mas minha indignação ficou na garganta.Eu não fiz escolhas para meu primeiro emprego,estava louca para trabalhar,ganhar meu dinheirinho,ajudar meus pais,mas cada um sabe de si.
Vender acima de tudo é arte.Nasci para isto e não me arrependo da escolha,não acho humilhante,conquistei muitas coisas,conheci muitas pessoas e sou feliz com o que faço.
O mais interessante disto tudo é que ele virou para mim e falou assim:quando eu trabalhei no banco durante 2 anos coloquei um dinheiro na poupança,posso passar um tempo vivendo disto,como se o dinheiro não fosse acabar nunca.Os pais precisam muito que ele trabalhe para ajudá-los,a mãe vende quentinha na rua e o pai vende artesanato,os irmãos não falam com ele,e eles vivem com imensa dificuldade,fico me perguntando está certo eu me indignar?eu achei de uma arrogância a maneira como ocorreu,será que estou errada?
A partir de agora com certeza meu critério para seleção de currículos será ainda maior e só vou admitir quem de fato gostar de vender.

9 comentários:

  1. acho que vc tem razão,parece que as pessoas não gostam de trabalhar.
    e isso piora a cada dia que passa, não sei onde vamos chegar.
    abraço

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  2. Olá Lilia,

    De facto o que indigna não é não gostar da profissão, é a atitude perante a vida. Eu que não sei nem vender uma carapaça a um caracol nu mas quando era adolescente, nas férias grandes vendia enciclopédias porta-a-porta para ajudar os meus pais.

    Excelente crónica.

    Abraços
    Luísa

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  3. Oi Lília,

    Curioso que eu estou escrevendo um artigo também sobre o ato de vender, mas ainda não terminei. Sempre achei divertido vender. A gente nunca sabe o que pode acontecer e cada cliente é diferente do outro. O que eu acho mais incrível é que sempre tem alguém querendo comprar o que a gente quer vender. Já anunciei coisas completamente sem noção e vendi. Apesar do meu trabalho não ter nada a ver com vendas, de vez em quando saio a luta pra vender meus trabalhos de arte. E sempre me divirto com isso (além de ganhar um dinheiro!)

    Mas há muito preconceito em relação ao trabalho no Brasil. As pessoas não nascem preconceituosas. Isso elas aprendem. Se não fosse o preconceito não tinha tanto desempregado. Mas todos querem quase o mesmo perfil de vaga de trabalho...

    Em relação às vendas há gente também que tem fobia à rejeição. A maioria das vezes recebemos um "não" como resposta. Ainda mais aqui no Brasil que as pessoas têm mania de dizer "não", que "não" têm dinheiro etc. É mania. (Nos Estados Unidos é o contrário, as pessoas lá têm vergonha de dizer não e compram tudo por isso! rs) Mas não é qualquer um que sabe lidar com a rejeição. Suam frio, têm pavor de abordar o cliente.

    Pra mim seu amigo tinha uma dessas coisas preconceito ou fobia de rejeição (e a arrogância foi pra disfarçar o medo).

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  4. Oi, Lilia
    Entendo que a arte de vender não é uma questão de nascença, ou seja, ninguém nasce vendedor. No entanto, todos podem desenvolver esta habilidade. O que ocorre na realidade é que algumas pessoas desenvolvem e apresentam características parecidas e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Nem todas conseguem lidar com os obstáculos e limitações com a mesma maestria. É o caso desse seu amigo, ou seja, ele não conseguiu, ainda, vencer alguns obstáculos na vida profissional para que possa almejar grandes conquistas. Infelizmente. Mas nem tudo está perdido. O tempo e, quem sabe, a necessidade mais aguçada, hão de fazê-lo rever seus princípios e valores. E melhor: aprender com isso.
    Um abraço. Parabéns pelo post.

    Em tempo: tenho um blog mais ou menos sobre isso. Passe lá e confira: http://svrodrigues.blogspot.com

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  5. Acredito que tudo seja uma questão de objetivos.
    Conquistas e objetivos.
    Talvez seu amigo ainda não tivesse traçado alguns objetivos, e nem todo mundo tem talento para vendas, mesmo que pratique muito.

    Abraço gostei de seu blog!

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  6. Oi Lilian
    Você escreveu muito bem, é realmente o que retrata o perfil de varias pessoas, um absurdo achar humilhante vender, ta certo que nem todo mundo tem perfil para vendas, mas dai achar humilhante, é porque essa pessoa não precis,a pois se realmente precisasse nao seria apenas vender até gari, nao desmerecendo essa linda profissao, pois tenho certeza que esses garis ou vendedores amam o que fazem e são muito importantes para a sociedade.

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  7. Saudações!
    Que Post Fascinante!
    Amiga LÍLIA AMORIM, realmente é brilhante a sua leitura, geralmente acontece com quem procuramos estender a mão. E você está certa, o rapaz é um prepotente, o mundo vai ensiná-lo com muitos corretivos.
    Parabéns por mais um excelente Post!
    Contagiou. Mexeu. Valeu.
    Abraços,
    LISON.

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  8. Amigos
    Obrigada pelos comentários e pelas sugestões.Aos que deixaram o nome do blog verei com carinho e seguirei com toda a certeza.
    Gosto de ler opiniões diversas quando escrevo,aprendo muito e sempre com todos vocês.
    Obrigada pelo carinho!
    Excelente semana para todos!
    Bjs.

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  9. Olha Lília, acho q acontece muito. Você estendeu a mão a um amigo, eu e meu marido já fizemos isso com pessoas que nos abordam no supermercado, dizendo q estão desempregadas, desesperadas. A gente faz uma compra básica de supermercado, dá R$10,00 e endereço. A gente fala "olha eu não tenho emprego pra dar pro senhor, mas tenho certeza q na vizinhança a gente arruma algo pro senhor e senão arrumar, a gente acha alguma coisa em casa pra consertar..." Vc pode n acreditar mas nunca aparece ninguém.
    A gente escuta os apelos na rádio pedindo pra n ajudar, nós entendemos, duro é q nunca podemos ter certeza se as histórias são verdadeiras, na dúvida a gente estende a mão. Sempre penso q a gente n sabe o dia de amanhã. Será q n podia ser eu aquela pessoa q pede, ou meu irmão, meu pai, filho? N quero fazer caridade, nem gosto da palavra, só acho q é assim q deve ser. Afinal todo o mundo precisa de algum tipo de ajuda, por vezes só um pouco de atenção já é tudo.
    Gosto do seu jeito de escrever, dos temas, dos poemas. Escrever para alguém ler tb é ajudar. Vc já pensou nisso. Por vezes me pego lendo algo em um blog q encontra empatia com os meus pensamentos e isso é tão legal, e nem conheço as pessoas.
    Desculpe, fiquei aqui divagando no seu pedaço, no seu espaço. Vou voltar.

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