terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pai!Saudades...

Sete meses sem meu pai,parece que ele nunca partiu,a casa tem tudo dele ainda,parece que a qualquer hora vou ouvir sua voz me chamar.
Ainda não me acostumei quando chego do trabalho e ele não vem ao meu encontro perguntar como foi meu dia,não me acostumei quando chego e fico com o grito na garganta porque sempre dizia alto sorrindo:pai?chegueiiiiiiii!!
Tive um sonho outro dia que me deixou feliz,eu não durmo após o almoço mas outro dia de tão cansada dormi profundamente e tive um sonho com ele.Sonhei que meu pai estava no corredor do meu quarto,em frente a minha cama onde eu estava deitada,em pé me olhando com ternura,não dizia nada e quando eu dizia:pai,é o senhor pai,e ia ao seu encontro ele sumia.Acordei tendo toda a certeza do mundo que ele estava lá sim me olhando,agora presente na minha vida de outra forma.
Lembro que ele me contava histórias para dormir quando criança,foi comigo fazer vestibular,perguntava sempre pelo livro,queria saber como eu ia na escola,na faculdade,meu pai foi presente na minha vida demais e foi o melhor pai do mundo para mim.
Lembro de quando ele viajava para São Luís,moravámos em uma cidade perto mas que não tinha muitas opções de frutas e eu adorava maçã,eu pedia para ele comprar e ficava esperando o dia inteiro,o ponto do ônibus ficava perto da minha casa e eu saia correndo gritando pai,abrindo os braços e ele dizia:eu trouxe a maçã!
Antes de eu nascer aconteceu um fato curioso:minha mãe estava com 44 anos,tinha 3 filhos e não pensava mais em crianças,teve um sonho no qual o padre da cidade que havia falecido estava com uma criança nos braços,no meio de uma multidão,e procurava uma pessoa para dar e todos queriam a criança menos ela,então quando ela ia saindo ele a chamou:D.Teresa esta criança é sua e entregava um bebê para ela,ela acordou e contou a história para meu pai ,meu pai era espírita e falou:alguma criança na família vai nascer mas nunca imaginou que 1 mês depois a criança seria eu.
Quando minha mãe soube que estava grávida quase morre do coração porque achava que já era velha demais para ter filhos,que podia morrer,que não sabia mais de nada,mas ela me teve de parto normal,correu tudo bem e quando ela me tomou nos braços pela primeira vez no hospital lembrou perfeitamente do sonho e do bebê e teve certeza que era eu.
Meu pai-avô tinha 5o anos quando eu nasci,eu crescia e nossa cumplicidade aumentava.Lembro que nos últimos dias de vida no hospital eu não conseguia entrar de medo,deu taquicardia,mas quando sentir que ele ia partir,entrei,agradeci,peguei suas mãos,disse que o amava,que ele tinha sido o maior pai do mundo e que eu sempre ia amá-lo,ele apertou minhas mãos e pouco tempo depois ele se foi.
Eu sentir dentro de mim algo se rompendo,jamais saberia explicar como foi,uma dor que não quero que ninguém sinta.
Hoje a dor se transformou em saudade.As vezes quero chorar mas evito pois não quero que ele sofra,rezo muito para ele e espero que ele esteja bem.
Pai,obrigada por tudo,se eu pudesse você sempre seria meu pai em todas as encarnações,nunca esquece o quanto eu te amo.
Lila(ele me chamava assim)

3 comentários:

  1. Amiga Lília que linda postagem, nossos entes queridos se vão e fica a saudade. Seu pai a ama muito e de lá vai tomar conta de você e tenho certeza que vai fazer tudo para protegê-la, ele era espírita e foi consciente, isso é muito bom pois quem vai consciente não sofre, vive feliz.

    Bjs.

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  2. Lilia,

    Meus pais ainda estão na Terra, mas sei bem das coisas q contou da sua meninice e juventude. Com todos os filhos que amam seus pais é assim: amor, autoridade, porto seguro, respeito, cumplicidade e gratidão!!

    Parabéns pelo pai que vc tem (e terá sempre!!).

    Bjs!

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  3. Saudações!
    Que Post Fascinante!
    Amiga LÍLIA, você é uma boa filha. Na atualidade, são poucos os filhos que dispensam o carinho, a atenção aos velhos. Li atenciosamente seu relato, confesso que fiquei emocionado.
    Com certeza ele está no Palácio Celestial dos homens justos!

    Parabéns por mais um excelente Post!
    Contagiou. Mexeu. Valeu.
    Abraços,
    LISON.

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